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quinta-feira, 19 de maio de 2011

“Eu vou para uma experiência com o Senhor”

Por Nice Affonso, do Portal da Arquidiocese do Rio
Fotos: Carlos Moioli


Na última quarta-feira, 18 de maio, os jovens da Arquidiocese do Rio de Janeiro se reuniram no prédio da Mitra, na Glória, para mais um encontro “Eu vou”, em preparação à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá em agosto, em Madri. O Arcebispo Dom Orani João Tempesta foi o convidado para dar a formação espiritual da noite.

O Arcebispo manifestou sua alegria pela existência desses encontros preparatórios que — sob a orientação do Bispo Auxiliar animador do Setor Juventude da Arquidiocese, Dom Antonio Augusto Dias Duarte — mais do que momentos para avisos e esclarecimentos de dúvidas são ocasiões para uma verdadeira preparação espiritual.

Em sua palestra, Dom Orani recordou que, antes de tudo, a JMJ é um tempo de peregrinação, e destacou que é importante ter a consciência de que, apesar de ao dizer “Eu vou” a pessoa possa ter a sensação de que a ida dependa só dela, a viagem para este encontro mundial acontece por uma graça de Deus.

— Eu recordo aqui a frase do evangelho: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que escolhi a vocês”. E nós sabemos que nós vamos para um encontro com Jesus Cristo, em comunidade, na Palavra, no tempo de peregrinação(...) É o Senhor quem nos escolhe. Ele que escolheu cada um pra ir, disse.

O Arcebispo pediu que os peregrinos possam, então, não apenas se preocupar com as questões burocráticas ou técnicas que envolvem a viagem, como passaporte, hospedagem e alimentação, mas principalmente com o dom que Deus concede.

— Na realidade, é o Senhor que nos chama para encontrá-lo e para que esse encontro com ele renove a nossa vida. E essa renovação da nossa vida renove também a vida das pessoas com quem nós vivemos, caminhamos, trabalhamos e rezamos. Que possa ser um momento que a minha comunidade, a paróquia, a diocese, a partir de mim, também se renovem, orientou.

O Arcebispo, mantendo em seu coração e no dos jovens a esperança de que o Rio de Janeiro possa vir a sediar a JMJ de 2013, também destacou que os países que já tiveram a graça de acolher a JMJ sempre testemunharam que o encontro foi uma espécie de “divisor de águas”, com um antes e um depois bem diferentes.


— Vamos lembrar da possibilidade da nossa responsabilidade futura de acolher a JMJ, e, ao mesmo tempo, trazer viva a esperança para o nosso País, hoje com tantos problemas sociais, morais, com tantas legislações complicadas, acreditando que a juventude que vai a Madri, em peregrinação, também está sendo escolhida pelo Senhor, através de tantos sinais, para ajudar a juventude do Brasil, que permanece aqui, a vivenciar e a contagiar-se com um tempo novo para toda a Igreja e para o nosso País, desejou.

Em seu discurso, Dom Orani destacou o quanto ele, assim como a Igreja, acredita no potencial da juventude.

— Não é pouco dois ou três milhões de jovens. Sabemos o quanto pode fazer o jovem quando tem uma experiência com Cristo e se torna sinal para os outros jovens e também para a nossa sociedade. Por isso temos que partir com essa consciência de quem vai porque o Senhor nos escolheu, frisou.

O Arcebispo explicou ainda que a peregrinação faz parte da tradição católica, quando os fiéis vão aos santuários para esse encontro com o Senhor. E recordou os textos bíblicos que revelam a resposta dada a Deus por pessoas de fé.

— Evidentemente, esse “Eu vou” é uma resposta a um chamado. É um pouco o que acontece quando lemos em Samuel ou em textos do novo testamento quando o Senhor chama e alguém fala “aqui estou”, se apresentando a Deus. Sabemos que esse “eu vou” não significa só ir a Madri, mas também ao encontro com ele e com uma nova vida. É um “Eu vou para uma experiência com o Senhor”, para aprofundar o encontro com ele. É assim que eu posso me enraizar mesmo em Cristo e ser firme na fé, para ser testemunha de Nosso Senhor através da vida. É um “aqui estou para deixar me conduzir”, explicou.

Dom Orani enfatizou a importância de também cada um carregar a responsabilidade de estar indo, por escolha de Deus, para representar muitos outros que aqui permanecerão aguardando pelo testemunho dos peregrinos.

— Que esse encontro com o Senhor nos leve a voltar ainda mais testemunhando e partilhando com os irmãos e irmãs o que experimentamos. Os discípulos sempre partilhavam “encontramos o Senhor”. Esse encontro com o Senhor é forte e faz com que a nossa conversa, a nossa partilha, seja isso, disse.

A Arquidiocese do Rio já conta com mais de 800 inscritos. A missa de envio dos peregrinos está agendada para o dia 30 de julho.

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